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terça-feira, 14 de abril de 2009

Love



Quem o amor imagina, sem o conhecer,
não sabe o que perde quando imagina;
menos do que nada vale o saber
perante o que o coração nos destina.

Um rosto que se abre num sorriso
e limpa do céu todo o cinzento;
uns lábios que trazem loucura e siso
e na alma abrandam o mais alto vento.

Pode falar-se do que é o amor,
rodeá-lo de análises e teorias;
é como um cego a descrever a cor,

ou um surdo sonhando melodias.
Só quem ama conhece a verdade
em que a ilusão se faz eternidade.

Nuno Júdice

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O amor, diz-me



Escuto o silêncio das palavras. O seu silêncio
suspenso dos gestos com que elas desenham
cada objecto, cada pessoa, ou as próprias ideias
que delas dependem. Por vezes, porém, as
palavras são o próprio silêncio. Nascem
de uma espera, de um instante de atenção, da
súbita fixidez dos olhos amados, como se
também houvesse coisas que não precisam de
palavras para existir. É o caso deste sentimento
que nasce entre um e outro ser, que apenas
se adivinha enquanto todos falam, em volta,
e que de súbito se confessa, traduzindo em
breves palavras a sua silenciosa verdade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Breve Sentimento do Eterno



Nos últimos tempos tenho me deliciado com os poemas do Nuno Júdice. No sabado finalmente comprei o seu ultimo livro "O Breve Sentimento do Eterno".
Deixo aqui no meu espacinho um dos poemas do livro. Espero que gostem.

Meteorologia

"De manhã, chegaram as nuvens. Atrás
dela veio a chuva. Com a chuva,
apareceu a melancolia. Da melancolia,
nasceu a tristeza. Com a trsiteza, foi-se a manhã.

E a tarde veio á tarde. O céu
desceu do céu. As nuvens correram
para as nuvens. A chuva trouxe
mais chuva. A tristeza ficou mais triste.

Isto foi porque a manhã se fez tarde
a tarde tardou à tarde, as nuvens
enevoaram o céu, e o céu entristeceu

Com a melancolia a manhã entardece
Não é preciso chuva; podem passar as nuvens
O que é triste é para ser. Acontece.