terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Circo com animais, o pior espectáculo do Mundo...




Desde pequena nunca gostei de circo. Os palhaços sempre me fizeram chorar, efeito contrário ao que era suposto... Mas isso ainda é o menos. O que realmente me revolta no circo é a crueldade, o egoísmo do homem para com os animais.

A cobardia com que os treinadores batem nos tigres completamente dopados...
Que direito tem o homem de tirar animais selvagens do seu meio, privá-los da liberdade, privá-los da vida, para entreter um público que sorri por breves minutos a uma violência que dura uma vida inteira.

No Domingo pela primeira vez pus os pés num circo, não por diversão mas em trabalho. Arrependi me.... bastante. Não existe dinheiro no mundo que justifique irmos contra os nossos princípios. Bem de perto assisti a uma crueldade para a qual não estava preparada.
A crueldade de um mundo egoísta que não é para mim.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Prendas de Natal



Todos os anos me acontece o mesmo... Prometo a mim mesma "Para o ano vou fazer as compras de Natal com um mês de antecedência!"
E eis que todos os anos repito a proeza de, na semana antes do Natal ter apenas uma lista na minha mão para a qual passo horas a fio a olhar e a pensar..." Para o ano vou fazer as compras de Natal com um mês de antecedência..."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Caminhos



Faltam-me as forças.. custa-me a respirar, as pernas tremem... Um caminho outrora sem dificuldades tornou se pouco claro. Continuo a subir...
Mas a inclinação é demasiada para as minhas pernas, que tremem cada vez com mais intensidade e com mais frequência... avisando-me da sua fraqueza...
Olho para cima na esperança que no cume desta montanha esteja alguém, uma cara conhecida, familiar, um sorriso que me garanta que vale a pena subir... mas o nevoeiro é denso, serrado, e não consigo ver para além de mim mesma.
A única coisa que oiço é a tua voz, que me diz para subir, que me diz para continuar, para não desistir
Eu vou continuar a subir e a seguir a tua voz...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Vento



Passo a mão na cara, continuo absorvida em pensamentos. Pensamentos, esses, que me fazem abstrair e sair do mundo real que me rodeia.
Vou à torneira, coloco as mãos debaixo da água fria que corre, deixo a água correr sobre as mãos até as sentir frias e geladas e num gesto quase maquinal passo as mãos nas têmporas... uma dor de cabeça começa a surgir.
Saio de casa e faço o caminho de sempre... No comboio olho para o exterior através do vidro, como se este fosse uma lupa, tento perceber os olhares, os gestos, os passos que cada pessoa faz. Então algo em comum começo a encontrar, a rigidez dos rostos, a ausência de sorrisos e o passo acelerado ou quase de corrida são uma constante no vai e vêm constante que se passa no exterior.

O vento sopra com força, começa a assobiar e num momento em que o som foi mais elevado eu acordo. Olho em volta e tento perceber se foi real ou um sonho, dou conta então que foi um sonho. Instintivamente e num gesto rápido de cabeça olho pela janela vejo então que o vento sopra com força, as árvores estão dobradas, as pessoas vão no seu passo acelerado...quase de corrida encolhidas no meio dos casacos e cachecóis... os rostos esses, não os vejo estão longe, (longe da vista e longe do contacto das pessoas) … mas percebo pelo passo e atitude que não diferem muito do sonho que tive… a tristeza e solidão está a tomar conta do espaço das pessoas...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

...

Torradas de mel com golos pequenos de chá na varanda de casa, terras de Espanha ao fundo, e o seu corpo quente ainda na memória.
«Esquece-te de tudo.» dizia. «Fica só com o sabor quente do chá e os olhos a piscarem da luz demasiado intensa. Deita pela varanda fora tudo o que tens trazido agarrado a ti: pequenas falhas, anseios, desejos vagos, o livro por escrever.»

Fecho os olhos e ao tocar no chá quente com os lábios concentro-me unicamente num rasto do seu corpo ainda quente nos meus dedos. O amor nada tem a ver com a mentira ou a verdade, eu aprendi. O que o amor muito grande faz é enlouquecer e eu já enlouqueci.